quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Beethoven - Moonlight

Moonlight

Por Chico Buarque e Edu Lobo


"Vivia a te buscar,
 porque pensando em ti
Corria contra o tempo,
eu descartava os dias em que não te vi,
como de um filme, a ação que não valeu
Rodava as horas pra trás
Roubava um pouquinho
E ajeitava o meu caminho
Pra encostar no teu

Subia na montanha,
não como anda um corpo,
Mas um sentimento,
eu surpreendia o sol antes do sol raiar,
saltava as noites, sem me refazer
E pela porta de trás da casa vazia
Eu ingressaria e te veria
Confusa por me ver
Chegando assim mil dias antes de te conhecer."

Luiz Melodia - Valsa Brasileira

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Through the monsoon



E o mundo vai desabar em pingos d' água,
ora sereno e calmo, ora forte e assustador.
O silêncio se faz em ruídos
e todos se recolhem para um imenso vazio no ar.
É hora de se deitar, e de perto da janela fechada,
avistar a paisagem cinzenta que promove o recolhimento,
formadora de idealizações, de reflexões que só o céu nublado,
pintado de nuvens carregadas em escuro, pode nos trazer tamanha sensação.
Isto é o que chamo de paz.
É a liberdade que os sentimentos tem de poder fluir debaixo de um temporal.
E poder se molhar e se encher de gotas de alívio,
uma mistura de dor e de calma,
alegria e melancolia.
Os sentimentos mais contrários se confundem,
se unem, se tornam Você.

Rafa Moura



Décimo andar.



"Laguna já nasceu a mais bela daquela cercania, quiçá de todas as vizinhanças. Aqueles olhos azuis turquesa, olhos azuis liberdade chamavam a atenção de qualquer um. Os cabelos longos esvoaçantes remetiam aos poemas mais líricos. Como se não bastasse, não era so aí que ela se destacava. Laguna era aquele tipo de criança que não chorava, se acostumou com o escuro e parecia entender a falta que o pai,um desaparecido que todos sabiam aonde estava, fazia. Contrariando a previsão que as comadres faziam enquanto lavavam suas calçolas de renda cor da pela Laguna cresceu serena.

Uma moça tão compreensiva, simpática, educada, humilde e acima de qualquer contestação maravilhosa não podia ficar sem pretendentes. O impressionante e nunca entendido é que independente de pedros ou joses, todos eles iam na mesma velocidade que vinham. Mais ainda: ela era deixada como se larga um lixo naquela lixeira longe em um domingo preguiçoso.

Poço de qualidades, Laguna não se deixava abalar por isso. Quanto mais despedidas eram feitas, mais ela se entregava ao seu trabalho que já andava muito bem sucedido a essa altura, depois de tantos "espero que continuemos amigos." . Além do mais, nada como um copo largo de vodka com três pedras de gelo e um pedaço de limão na parte superior para esquecer as adversidades da vida.

Mas é que um dia o limão começou a amargar demais...

Foi em meio ao amargo das papilas, do estômago que Laguna recebeu um esclarecimento. Dizia-se que o motivo de tanto abandono era que a doce senhorita não era lá essas coisas entre quatro paredes. Mas como? Uma jovem bela, atraente! Simpática! Educada! Afinal, ninguém é perfeito!

Foi aí que Laguna, já tão esclarecida, teve a luz maior. Percebeu que não importa o quão bom você é, o quanto bem você quer fazer. O quanto você deseja o outro. No final, as pessoas querem mesmo é um prazer efémero e uma cerveja depois, é claro.

Essa "luz" veio justamente quando o sol irradiava por toda a parte, envadia os corpos, fazia sombra. Todos pareciam alegres. Ela não pode deixar de reparar como a felicidade dos outros cresce proporcionalmente a tristeza própria.

Então o limão amargou de vez.

Laguna não conseguia compreender como o mundo podia ser tão mesquinho. Tão inútil. Tão estupidamente feliz quando tudo o que se tem é a derrota de quem deveria vencer. Injusta batalha! Ela não se sentia revoltada, triste, magoada. Apenas não podia concordar com o funcionamento das coisas.

Foi em uma quarta-feira de chuva fina que Laguna se pôs a pensar mais uma vez nos seus romances. Ser deixada tudo bem. Mas por um motivo tão cafajeste? Sem revolta. Ela simplesmente so não podia concordar.

Enquanto os meninos da rua brincavam de pular nas poças, Laguna se pegou na janela do seu prédio nessa mesma quarta-feira, pensando justamente nos seus amores. Seu pijama de algodão branco com corações vermelhos por toda parte pareciam uma grande ironia. Antes de se deixar levar, de maneira leve, suave, feliz poderia-se até dizer Laguna perguntou pra si própria:

- " Quando o romance acabou?"

Ela não entendeu muito bem de onde vinha aquela voz. Mas assegura-se que antes de tocar o chão ela teria ouvido um sussurro:

- "Ele já existiu?"

Bernardo Pêsso

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Morning Yearning


"Um dedo tocou sobre os meus lábios
Fecho as cortinas, tento manter tudo escuro
Mas o sol está queimando
O mundo acorda com pressa
E em breve será recompensado
Com esperanças de que melhores dias virão
Um outro dia, uma outra chance de fazer direito
Mas eu continuo aprendendo...

It's a morning yearning....."

Ben Harper - Morning Yearning

He's over


"Always falling to the floor
Softer than it was before.
Dog boy, media whore
It's who the hell you take me for
Give up

This fight
There are no second chances
This time
I might
To ask the sea for answers

These bonds are shackle free
Wrapped in lust and lunacy
Tiny touch of jealousy
These bonds are shackle free
It's over............"

Música Placebo - Ask for answers

Every time I rise, I see you falling....


Can you find me space inside your bleeding heart?
Its falls apart........

Placebo - Passive Agressive

terça-feira, 17 de novembro de 2009

E tudo se torna uma grande bobagem!


Ela não pensava mais da mesma forma,
e esqueceu tudo o que disse há algumas horas,
não sentia mais o que jurou ser eterno,
e o frio na barriga, já embrulhava o estômago,

Perdeu-se o sentido,
o sentido das palavras que eram mais do que testemunho de todo sentimento que habitava o ser mais inspirado.
Os sonhos que embrulhou em papel de presente,
hoje ela rasgou de manhã bem cedo, e provavelmente eles devem estar longe,
em algum canto amontoado de lixo por todos os lados.
Acordou com uma ressaca incurável, pois dormiu pensando na dor de cabeça que trouxeste todos esses últimos anos,

Mas e Sebastian, o que enfim ela faria com ele?
Deu pra mal dizer o teu nome, adorando-o pelo avesso,
Rabiscou com gizão preto a sua imagem,
para que não mais refleti-se em nenhuma ação de Laura.

"E cada chaga que a gente traz na alma, é a confirmação de que a ferida sara..."

Rafa Moura

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Por onde andei....




E talvez por tamanha pretensão, ela invadiu-se de obsessão.

Laura doou-se por completo.
Trocou sua vida calma e morna,
por uma batalha contra os ventos,
 ultrapassou os limites do orgulho,
Esqueceu-se,  reinventou-se,
e foi até aonde a morte a avistaria...
E a avistou,
E caminhou até onde não tinha mais chão,
Por amor.

Foi preciso parar.
não haveria vidas suficiente para vencer.
Vencer a força da enchente que inundava a cidade.
Esconder no bolso o grito de agonia e desesperador de um revolucinário utópico,

Foi providencial esse afastamento,
foi o seu único acerto.
E foi assim que ela se encontrou, no exato momento em que decidiu perde-lo,

"Porque tornar um amor real,
é expulsá-lo de você
para que ele possa ser de alguém."



terça-feira, 10 de novembro de 2009

"Oh meu amigo eu esperei tanto tempo por respostas...."


Essa vida cheia de inconstâncias...
e ela ainda se pergunta, por que não?!

Decidiu-se ir embora,
e de fato foi.
Avistou-se longe, e seus planos não terá sequer uma brecha para tal passado.
Tudo foi desfeito, acabado.

Mas ainda voltou a olhar o seu retrato,
e voltou a colocar a música mais triste que fez pensar em Sebastian,
e a cada golada de vinho que vinha a boca,
vinha também o gosto amargo que a deixou em tantos encontros frustrantes e mal resolvidos
e a dor de cabeça que não sarava, quando via tudo perdido, tudo sem sentido.
era a culpa que ele a depositava,
era a mentira que a fazia vestir de esperança
e viver de migalha.

E todos os anos ela vai lembrar de Sebastian,
e vai mandar aquele tão inesperado ja previsível email,
que é pra ele ter certeza q ela nunca foi embora,
q tudo é uma grande mentira,
q ela o enganou.

pq a sua sentença é perpetuar e conformar a somente querer-te e imagina-lo,
com o dia q ele a encontraria,
q ele estaria lá, certo de que a chance, seria pra valer.

Passar a vida sentindo essa estranha pontada no coração
e esse sentimento q nunca vai acabar,
e se sustentar por assim,
é dessa dor de nao ve-lo ao seu lado.
mas de ve-lo algumas vezes,
e todas essas vezes, ja sera o suficiente para sustentar e sentir essa sensação amarga e viciante.

Rafa Moura