segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Reconhecimento do amor


"Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.
Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
Que trazias para mim e que teus dedos confirmavam
Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do Outro,
O Outro que eu me supunha, o Outro que te imaginava,
Quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só."

Carlos Drummond

kill or love?



Ela falava de sentimentos,
o mais forte deles
era doaçao em extraordinaria humilhaçao
era tao unilateral.
ela amava pelos dois
e sofria pelos dois
Viveu por alguns anos assim...
Buscou ate o fundo do poço
e se afundou ali msm.
Deixou-se enganar por falsas esperanças
em uma cabeça fantasiosa,
por detalhes, que só ela enxergava.

Nietzche tb viveu esse sofrimento poetico
e de belo só tinha a tristeza
Ela entrou no oceano, e nao sabia mais voltar.
Estava enfrentando as suas proprias tempestades
em busca de uma ilha q nao existia
em busca de abrigo no meio do mar.

aquele sorriso de Sebastian
esteve incurável
e ele nunca se lembrou do dia em q a pediu pra ficar?!

aquela noite que ela se preparou para recebe-lo,
planejou e esperou durante meses, e durante anos.
Sebastian fugiu.
Ele nao veio.

as madrugadas em claro,
o chiclete q ela comprou pra ele,
Os mimos,
o sorriso no canto da boca,
as conversas em sintonia,
a preocupaçao se ele come, se ele dorme,
se ele esta com alguem,
as 24 horas do dia respirando o amor utópico,
as noites q ela o procurou,
as noites em q ela fugiu de si mesma,

E o passeio no lago, Sebastian nem sequer lembrou-se que um dia estiveram lá.
mas Laura lembra da cor da sua blusa, as listras mais finas,verde e preta, na horizontal, e seu cabelo bagunçado, seu rosto cansado, seu corpo ainda suado.

E o choro de alivio,
indo embora,
nao do jeito q ela queria.
Mas indo embora.....

Liberdade,
a prisão desmoronou.
Ela esta livre, mesmo que em pedaços,
O sol brilhou,
Laura caminha.....

Rafa Moura

Tristesse...


Esteve disposta a lutar contra todos, disposta a vencer a si mesma.
Era mais que uma luta, era a batalha de sua vida.
Nunca houve e nunca mais haverá uma chance como esta.
Enfrentar seus proprios demonios.
exterminá-los.
e matar o que há de mais forte em você.

E o desejo que Sebastian morra....junto com o seu pior, extraordinariamente poético.
Era preciso.

Rafa Moura

Chopin - Tristesse

terça-feira, 1 de setembro de 2009

uma busca incurável


"...Realmente, só pelo fato de ser consciente das causas que inspiram minhas ações, estas causas já são objetos transcendentes para a minha consciência; Em vão tentaria apreendê-las. Escapo delas pela minha própria existência. Estou condenado a existir para sempre além da minha essência, além das causas e motivos dos meus atos. Estou condenado a ser livre. Isso quer dizer que nenhum limite para minha liberdade pode ser estabelecido exceto a própria liberdade..." Jean-Paul Sartre

O Ser e o Nada


"O homem sério é "do mundo" e já não tem qualquer recurso em si mesmo, sequer encara mais possibilidade de sair do mundo, pois deu a si próprio o tipo de existência do rochedo, a consistência, a inércia, a opacidade do ser-no-meio-do-mundo. É evidente que o homem sério enterra no fundo de si a consciência de sua liberdade;é de má-fé, e sua má-fé visa apresentá-lo aos próprios olhos como uma consequência: para ele, tudo é consequência e jamais há princípio; eis porque está tão atento às consequências de seus atos."